O primeiro dia da segunda edição do Lollapalooza em São Paulo, na sexta-feira (29), foi marcado pelo show apoteótico do The Killers. A atração princial do palco Cidade Jardim, o maior do evento, enfileirou hits com o vozeirão e postura de palco imponentes de Brandon Flowers. Ao todo, 52 mil pessoas estiveram presentes no Jockey Club de SP.
O público enfrentou lama no chão e filas para pegar ingressos, mas apesar dos sapatos sujos e eventuais atrasos, pode ver também o show simpático e interativo do Cake e a eletrônica pesada com visual excêntrico no palco e na plateia do Deadmau5.
Já a psicodelia arrastada do Flaming Lips e o rock eletrônico de baixa fidelidade de Crystal Castles e Passion Pit não esquentaram a sexta com chuva leve. Chamaram atenção também o visual de Alice Glass, do Crystal Castles, a divertida oficina de bateria para crianças de Iggor Cavalera, no palco Kidzpalooza.

Foi "hey hey hey" para cá, "ô ô ô" para lá. O Killers do empolgado vocalista Brandon Flowers ganhou o posto de show da noite no grito. E com hits. Foram vários, dos quatro discos do grupo. "Mr. Brightside" (veja o vídeo ao lado), "When you were young", "Somebody told me", "Spaceman" e "Human" foram incluídas no setlist do grupo, certamente o que mais fez a plateia cantar.



Ao contrário da edição do ano passado, em que o palco infantil ficou mais vazio, o Kidzapalooza deu certo no primeiro dia do Lollapalooza 2013, especialmente com a oficina de bateria com Iggor Cavalera. A participação dos “roqueirinhos” foi grande, e filas se formaram com crianças que queriam aprender a tocar o instrumento com o ex-integrante do Sepultura.

Nem tudo foram flores no primeiro dia do Lollapalooza 2013. Pelo contrário. A principal reclamação de boa parte do público era o lamaçal provocado pela chuva e o cheiro de estrume que tomou conta da frente de alguns palcos. Além disso, houve confusão para a retirada de ingressos do lado de fora do Jockey Club de São Paulo, e muitos tiveram de enfrentar uma fila de duas horas para conseguir ter as entradas em mãos.
Para a alegria do público, o Cake não deixou de fora o grande sucesso “I will survive”, hino gay conhecido na voz de Gloria Gaynor. O que foi um alívio, já que, ao G1, o grupo não havia garantido a execução da canção no show do Lollapalooza. O vocalista John McCrea, entretanto, viu a força da música ao vivo quando os presentes aplaudiram com vontade após a faixa ser tocada. “Obrigado por se lembrarem de que nós existimos, depois de tanto tempo”, disse.

O Flaming Lips não fez aquilo que dele se esperava. No show dessa sexta (29), o grupo não trouxe a bolha em que o vocalista Wayne Coyne “caminha” por cima do público, não apresentou todos os elementos coloridos que são sua marca registrada e simplesmente deixou de lado praticamente todos os seus hits para fazer um show bizarro e pouco atraente para os que não conheciam o seu som e seus discos mais recentes.

Naturalmente, o show de Deadmau5 no primeiro dia do Lolla merece o troféu figurino. E não apenas porque o músico por trás do projeto eletrônico usa um capacete gigante em formato de rato com projeções de luz ou por conta de toda a parte visual que está em cima do palco. O público também fez sua parte e acompanhou a ousadia do DJ. Houve homenagem com "cosplay" de uma fã que fez sua própria cabeça gigante de roedor e fãs gringos dançando só de jaleco, biquíni e sunga, em temperatura de 19ºC.

A banda Dazantiga, formada por crianças de 12 e 13 anos, mostrou um repertório de quem entende bem da vasta e rica história do metal. O grupo de Salvador, que tocou no palco infantil Kidzapalooza, atraiu adultos em sua grande maioria ao tocar ícones do gênero como Metallica, Kiss e Saxons, em uma apresentação cheia de peso e distorção.
O Copacabana Club fez um protesto contra o deputado federal Marco Feliciano (PSC-SP), presidente da Comissão de Direitos Humanos, durante seu show no Palco Alternativo. A banda subiu ao palco exibindo cartazes com os dizeres “Homofobia basta”, “Racismo chega”, “Mais amor, menos Feliciano” e “Pró felicidade, não Feliciano”. A vocalista Camila Cornelsen acredita que o discurso tenha sido pacífico. "Eu não acho que o festival enxergue isso como um protesto negativo, de maneira alguma. Em todos os momentos, a gente prefere falar em amor, alegria e coisas de paz. E, em nenhum momento, falei o nome dele. Coloquei no cartaz, mas só falei que queria alguém que representasse a gente. Foi um protesto supereducado".





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